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terça-feira, 12 de abril de 2011

Agrotóxicos: os riscos e os caminhos para evitar males para a saúde

Mario Renck Real - Presidente AMVHB

Uma pesquisa realizada recentemente pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) indicou a presença de resíduos de agrotóxicos no leite materno de mulheres de Lucas do Rio Verde, cidade de 45 mil habitantes a 350km de Cuiabá. Foram coletadas amostras de leite de 62 mulheres, 3 delas da Zona Rural, entre fevereiro e junho de 2010. A presença de agrotóxicos foi detectada em todas. A notícia assustou e levantou a questão: que consequências o consumo de alimentos com agrotóxicos pode trazer para a saúde?

Para responder a esta pergunta, o Ecomedicina entrevistou Mário Renck Real, médico veterinário e diretor técnico da Real H. Ele falou ao portal sobre os riscos de produtos agro-químicos, apontou a Agro-homeopatia como arma poderosíssima e de alto impacto no quesito econômico e com amplas possibilidades e destacou: “Tudo pode ser tóxico e toda substância pode ser um medicamento. A Homeopatia trata diretamente com este particular”. Confira!

Ecomedicina: Uma pesquisa recente revelou contaminação do leite materno por agrotóxicos usados em plantações em Lucas do Rio Verde, a 350km de Cuiabá, no Mato Grosso.
É possível que o consumo de alimentos contaminados tenha consequências como esta?

Mário Renck Real: Sim, é perfeitamente possível, pois alimentos que tenham sido pulverizados com agroquímicos (agrotóxicos) e que após não se tenha respeitado o tempo de carência protocolar, que consta nos rótulos, e os alimentos tenham entrado na cadeia alimentar, os resíduos certamente serão encontrados nos fluidos corporais, no caso o leite. Desconhecemos os níveis residuais destes compostos aceitáveis para o leite humano, tendo em vista o pouco número de pesquisas, porém há estudos para o leite de vaca. Lembrando que no caso em questão, há também a grande possibilidade de ocorrer contaminação na forma de aerossóis, visto que os produtores fazem as pulverizações (sem acompanhamento técnico de Engenheiro Agrônomo) em dias de ventos fortes, com velocidades dos tratores acima da indicada etc.

Ecomedicina: Que outras consequências o consumo de alimentos contaminados com agrotóxicos pode trazer? Que compostos podem afetar a saúde?

Mário Renck Real: O problema não é obrigatoriamente ligado ao composto em si, e sim à dose recebida, à frequência (diária é pior). O conceito de tóxico está ligado intimamente ao conceito de dose. Tudo pode ser tóxico e toda substância pode ser um medicamento. A Homeopatia trata diretamente com este particular.

Ecomedicina: Quais os caminhos para evitar o uso de drogas pesadas e, desta forma, preservar a saúde?

Mário Renck Real: O assunto é muito amplo e a resposta nunca poderá ser definitiva. Os dois lados da questão (usuários contumazes e os não usuários, que recomendam a produção orgânica) têm razões e verdades. A meu ver, o maior problema diz respeito a uma confusão com os quesitos: segurança alimentar x alimento seguro. Segurança Alimentar diz respeito ao acesso das populações ao alimento em qualidade e quantidade suficiente para seu sustento. Alimento Seguro diz respeito ao acesso a alimentos que sejam nutritivos e cuja ingestão não prejudique a saúde dos consumidores.
O mundo atual vive uma nova onda de aumento generalizado de preços, puxado pelos alimentos, que decorrem da maior inserção de pessoas no mercado consumidor (China, Índia e África), gerando uma corrida pra assegurar a Segurança Alimentar de todos os povos envolvendo ações e apreensões dos governos dos países. A questão do Alimento Seguro (neste cenário) fica relaxada ou relegada a um plano secundário. A produção orgânica apenas não consegue produzir alimentos em escala para atender a todos os povos. O fundamental da equação (e o mais difícil) será encontrar o ponto de equilíbrio, entre a necessidade de produção, a necessidade de equilíbrio financeiro dos produtores rurais e a necessidade de oferecer alimentos seguros para todos.

Ecomedicina: Em sua opinião, a Agro-homeopatia poderia ser o caminho para evitar o uso de agrotóxicos e, desta forma, evitar, também, a contaminação das pessoas e os possíveis problemas de saúde originados disso? Este é um caminho viável?

Mário Renck Real: A Agro-homeopatia é sem dúvida uma vertente importante para ser utilizada em escala cada vez maior. Porém, os protocolos, ensaios, experimentos etc .ainda são poucos, bem como o domínio deste conhecimento ainda é restrito. Certamente será uma área que irá explodir ainda nesta década.

Ecomedicina: Qual o cenário da Agro-homeopatia no Brasil? Como ela vem se desenvolvendo nos últimos anos e quais são, em sua opinião, os desafios que ainda devem ser superados?

Mário Renck Real: Há vários grupos estudando bastante. Há grupos sérios, mas há grupos folclóricos (por assim dizer) que veem o tema com olhos míopes. O Brasil tem na Agro-homeopatia uma arma poderosíssima e de alto impacto no quesito econômico, com amplas possibilidades de produzir igual ou mais, com menos da metade dos agroquímicos que hoje se utilizam. Este campo pode revolucionar a produção de alimentos.

Ecomedicina: Você gostaria de fazer mais algum comentário e/ou observação?

Mário Renck Real: O assunto é complexo, os interesses são muitos, e a estrutura atual (legislação) permite que as indústrias produzam os agroquímicos. Veja que estes produtos são registrados (obrigatoriamente) em três ministérios (Agricultura, Meio Ambiente e Anvisa – Ministério da Saúde). O principal problema, a meu ver, é o uso inadequado por produtores que não cumprem as regras e que não mantêm os profissionais do setor (Engenheiros Agrônomos) contratados em tempo integral em suas lavouras. Por conta da famosa Lei do Gerson, desrespeitam o profissional ao usarem doses abusivas, desrespeitam o consumidor e não são fiscalizados, colocando no mercado produtos contaminados. Há culpados em diversos níveis e a solução passa, invariavelmente, por melhor conhecimento de todos (imprensa séria), reeducação rural e maior fiscalização por parte dos governos.


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